O que é ser um (VERDADEIRO) Maçom

Categoria: Destaque Publicado em Domingo, 03 Novembro 2013

A maçonaria enquanto filosofia e sociedade, exorta consciência e trabalho interior e pessoal.

Enquanto filosofia, demanda discernimento e cultura.

Enquanto trabalho interior, demanda interioridade e movimento subjetivo.

 

Logo, ser Maçom não é status a ser apreciado pelo que os outros dizem que se deve ser, mas aquilo que você é, em sua própria consciencia.

Na aparência, muito são bons, caridosos e corretos, mas perante o G.'.A.'.D.'.U.'. e sua própria consciência,  é  que se sabe quem é Maçom.

Se colocamos o reconhecimento da maçonaria enquanto trabalho interior para os outros, criamos a ilusória condição da aparência como ditame de quem é "mais Maçom" do que o outro.

 

A verdadeira maçonaria é esculpida no interior da subjetividade, legando a cada um o ônus de se inscrever no livro de presenças da Grande Loja do Oriente Eterno...

Não se pode confundir o reconhecimento de direito, com o reconhecimento de fato.

Ter carteira, estar em dia com a Loja, é condição para ser reconhecido como Regular.

 

Mas ser honrado, praticar os ensinamentos maçônicos e vivenciar a cátedra do G.'.A.'.D.'.U.'.  é ofício a ser tomado pelo Mestre Interior e pelos Vigilantes da própria consciência e da vida.

Por isso me manifesto contra certos  títulos honoríficos. Porque, dar comenda a quem pratica a caridade, é exortar superficialidade em um ato que é obrigação do Maçom e do seu estado de consciência.

O Maçom que se dá para aparecer, não faz Caridade, é apenas um aproveitador das circunstâncias, radicado na possibilidade do aparecer e nada mais.

 

O Maçom precisa ser um “Construtor de Templos à Virtude”, pois assim são os ditames da Fraternidade.

A Loja é a escola de sua formação. Para esse mister, a ela  os maçons comparecem com assiduidade, para com os seus irmãos instruírem-se reciprocamente nas práticas da Virtude.

O Maçom mesmo esculpindo-se, adapta-se ao espaço que lhe foi reservado no levantamento do edifício social, “submetendo suas vontades e vencendo suas paixões”.

 

Mas precisa estar advertido de que “na Construção do Templo”, de permeio, no material, encontram-se vários obstáculos, entre eles a ignorância.

Por isto a maçonaria coloca na mais alta advertência o combate a ela. É do seu ideário o combate a essa triste condição da humanidade, alertando que a “ignorância é a mãe de todos os vícios.”

Então,  “cavar-lhe masmorra” é missão fundamental.

 

O Maçom é um missionário que se forma construtor, não para ostentar o diploma colocado na parede de seu gabinete de trabalho, mas para ir construir.

Daí o entendimento de que a Loja maçônica não é o limite. E sim a vertente.

É como se desse interpretação e praticidade à parábola do “semeador” que recebeu as sementes, mas não as guardou em seu embornal.

 

Daí a importância do “ser livre e de bons costumes”  na concepção maçônica.
Livre e de Bons Costumes implica que, apesar de todo homem ser livre na real acepção da palavra, pode estar preso a entraves sociais que o privem de parte de sua liberdade e o tornem escravo de suas próprias paixões e preconceitos.

Assim,  é desse jugo que deve libertar-se, e só o fará se for de Bons Costumes, ou seja, se já possuir preceitos éticos (virtudes) bem fundamentados em sua personalidade.

 

O ideal dos Homens Livres e de Bons Costumes, que nossa sublime Ordem procura ensinar, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens e pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços para uma maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja realmente paz e compreensão entre os povos.

Livre, palavra derivada do latim, que em sentido amplo quer significar “tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição”.

 

A qualidade ou condição de Livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e principalmente moral.

Em decorrência de ser Livre, vem a Liberdade, que é a faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer; de pensar como se entende; de ir e vir a qualquer parte; quando e como se queira; exercer qualquer atividade; tudo conforme a livre determinação da pessoa; quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.

Bem verdade é que a maçonaria pretende ser uma escola de aperfeiçoamento moral, onde nós homens nos aprimoramos em benefício de nossos semelhantes, desenvolvendo qualidades que nos possibilitam ser cada vez mais úteis à coletividade.

 

Não nos esqueçamos porém que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.

O conceito maçônico de Homem Livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico.

Para ser Homem Livre, não basta ter liberdade de locomoção, para ir e vir.

 

Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana.

Maçom Livre, é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que desonram, que degradam.

O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o Mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do Bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.

 

Sendo Livre e por conseqüência, desfrutando de liberdade, o homem deve, sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.

O bom Maçom, Livre e de Bons Costumes, é leal. Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos.

O bom Maçom cultiva a fraternidade, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas,  é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os; pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo e sentindo suas dores é que nos aperfeiçoamos.

 

O bom Maçom, abomina o vício, porque este é o contrário da Virtude, é amigo da Família, porque ela é a base fundamental da humanidade.

O bom Maçom, não se envaidece, não vê no auxílio ao semelhante um gesto excepcional, cuja prática constitui um prazer.

Não promete senão o que pode cumprir. Não odeia. O ódio destrói a si e ao próximo.

 

Finalmente, o Verdadeiro Maçom, não tem apego a cargos!

Os Verdadeiros Maçons buscam o trabalho em que façam destacar a Verdadeira Maçonaria.

O valor da existência de um Maçom é julgado pelos seus Atos e pelo exercício do Bem praticado.

 

Trabalho apresentado na Loja Prof. Herminio Blackman-1761 – Or.’. de Vila Velha – ES

pelo Ir.’. Fernando Silva de Palma Lima – CIM 115.552

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